AGROINDÚSTRIAS FAMILIARES INFORMAIS: O CASO DO MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ DO SUL – RS/BRASIL
Palavras-chave:
Agroindústrias Familiares Informais, Agricultura familiar, Feiras rurais, Legislação para agroindústriasResumo
Este artigo teve por intuito analisar as condições concretas e contextuais que influenciam os agricultores familiares a “apostar” na informalidade dos processos agroindustriais. A agricultura familiar tem sido desafiada constantemente para se manter presente e atuante no território, num cenário global de forte tendência à especialização das atividades agropecuárias. Uma das alternativas que vem sendo desenvolvida ao longo da história é o processamento de matériasprimas, especialmente de alimentos, que se constitui a partir do saber-fazer transmitido de geração a geração entre os agricultores familiares. Para a efetivação empírica desta pesquisa foi considerado o território de Santa Cruz do Sul. A pesquisa utilizou como método os pressupostos teóricos enraizados nas bases do materialismo histórico dialético. Desta forma, assinala conflitos e contradições das atividades informais de processamento de alimentos como uma relevante referência sociocultural e econômica para o território. Ademais, faz uma análise das exigências sanitárias e as tradições de produção, processamento, consumo e comercialização de alimentos. Foi possível verificar que a informalidade das agroindústrias familiares não é simplesmente uma situação transitória, como é apontada em alguns estudos. O que dá sustentabilidade, autonomia e viabilidade é o sistema de produção, de processamento da matéria prima e a comercialização diversificada, como estratégias de produção e reprodução das famílias. No contexto dessa pesquisa, a informalidade se apresenta como resistência. Ela se manifesta como um fator de reflexão frente às transformações provocadas pelos mecanismos globais de dominação.