NATURALIZAÇÃO DO TRABALHO DOMÉSTICO, REPRODUTIVO E DO CUIDADO E A CARÊNCIA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS BRASILEIRAS PARA AS MULHERES NO CONTEXTO DA PANDEMIA DO COVID-19
Keywords:
Trabalho doméstico, reprodutivo e do cuidado, Silvia Federici, Políticas públicas, COVID-19Abstract
Frente a atual crise global decorrente da pandemia do COVID-19, testemunhamos a acumulação de trabalho das mulheres diante da sobrecarga do trabalho doméstico, reprodutivo e do cuidado, remunerado e não remunerado, atribuído desempenhado por elas. A base teórica supracitada é da filósofa Silvia Federici, a qual defende que o trabalho doméstico, reprodutivo e do cuidado desempenhado pelas mulheres não são reconhecidos como trabalho produtivo gerador
de valor para o capital, nem sequer o trabalho de cuidado, desempenhado à família, casa e a reprodução de força de trabalho, perpetuando a opressão das mulheres. O presente artigo tem como objetivo demonstrar que a naturalização do trabalho doméstico, reprodutivo e de cuidado atribuído as mulheres enquanto cuidadoras exclusivas e onipresentes no contexto da pandemia, acentua a carência de políticas públicas brasileiras para igualdade de gênero. Assim, propomos a seguinte
questão problema: Em que medida a pandemia naturaliza o trabalho doméstico, reprodutivo e de cuidado das mulheres no Brasil, evidenciando a carência de políticas públicas brasileiras para igualdade de gênero? O método utilizado na pesquisa é o hipotético-dedutivo, o qual, vinculado a uma analítica teórica, possui caráter qualitativo, de natureza exploratória e descritiva. Neste pensar, expomos que a sobrecarga das mulheres diante da naturalização do trabalho doméstico, reprodutivo e do cuidado atribuído às mulheres, se agrava de forma significativa e alarmante com a atual crise desencadeada pela pandemia do COVID-19, evidenciando de forma alarmante a carência de políticas públicas brasileiras voltadas às mulheres, tanto no contexto pré, quanto pós pandemia.