OS LAÇOS FORTES DE REGIÕES CARBONÍFERAS NA UNIÃO EUROPEIA E O DESAFIO DA INOVAÇÃO NO PLANEJAMENTO TERRITORIAL
Palabras clave:
Reconversão produtiva, Região carbonífera, Desenvolvimento regional, Planejamento territorialResumen
O Acordo do Clima de Paris, de 2015, fomenta a transição energética da União Europeia. Foi deliberado o fechamento de minas de carvão e termelétricas, até 2038. Estimativas pela Comissão Europeia projetam perda de 160 mil empregos diretos, em 41 microrregiões, um desastre econômico em potencial. Os fundos de desenvolvimento regional estão priorizando projetos de inovação na reconversão produtiva das regiões carboníferas. Esse trabalho sintetiza primeiros dados de pesquisa em curso que objetiva mapear as reações dos atores afetados pelos processos decisórios até agora conduzidos em esfera nacional e supranacional. Utiliza referencial proposto pelo geógrafo Gernot Grabher, que identificou a relevância dos laços sociais fortes na formação histórica da economia regional do Vale do Ruhr, para interpretar a tradicional baixa capacidade de inovação pelas regiões carboníferas. Com base na crescente bibliografia especializada, esse trabalho descreve de modo resumido três casos de regiões carboníferas europeias nos quais laços fortes que permeiam as representações dos trabalhadores e alianças políticas locais exemplificam o desafio para instituições subnacionais em renovar o planejamento territorial. Regiões carboníferas mantém tradição de sindicalização dos trabalhadores, experiencia em protestos coletivos e manifestações violentas no embate com forças de segurança. Os laços fortes entre os atores locais tornam a transição planejada, até 2038, um problema mais que complexo, configurando o que pode ser definido como arquipélago de laboratórios para inovação em planejamento territorial.