DIFERENÇAS REGIONAIS NO BRASIL E A NECESSIDADE DO “PENSAR TERRITORIALMENTE”

Autores

  • Ariana Cericatto da Silva Univel Centro Universitário
  • Francisco Dietima da Silva Bezerra IFAC

Palavras-chave:

Desenvolvimento endógeno, Dinâmicas territoriais, Regiões brasileiras

Resumo

A teoria do desenvolvimento endógeno pressupõe o protagonismo dos atores locais, interagindo em laços de cooperação territorial. Em outras palavras, a ideia que ganha impulso nas esferasacadêmica e política é a de que as diversidades e  peculiaridades da localidade devem ser amplamente consideradas e discutidas no processo de implementação de políticas, e que os atores sociais locais desempenham papel fundamental na elaboração de ações efetivas, já que esses são os maiores conhecedores de suas problemáticas e realidade territorial. Essa percepção contrasta fortemente com o pensamento linear fundamentado na centralização das decisões políticas, o qual trata as diversas realidades territoriais com dinâmicas homogêneas. Diante dessa dualidade de percepções, o objetivo do presente trabalho é mostrar que as regiões brasileiras, de fato, apresentam traços socioeconômicos distintos que, em muito, se distanciam de um território homogêneo e único. Isso pressupõe, portanto, a combinação de políticas públicas mais gerais com ações mais específicas e localizadas, a fim de contemplar as diversas dinâmicas e realidades territoriais brasileiras. Comprovou-se, com a análise descritiva, que as regiões Norte e Nordeste, as maiores em termos territoriais, são as que continuam apresentando os piores resultados em termos socioeconômicos. Fica evidente, assim, a necessidade de se “pensar territorialmente” levando em conta as particularidades dessas regiões a fim de buscar um desenvolvimento econômico para o Brasil.

Biografia do Autor

Ariana Cericatto da Silva, Univel Centro Universitário

Doutora em Economia pela Universidade Federal de Uberlândia. Professora na Univel Centro Universitário.

Francisco Dietima da Silva Bezerra, IFAC

Doutor em Economia pela Universidade Federal de Uberlândia. Professor do Instituto Federal do Acre (IFAC).

Referências

BENKO, G. Economia, Espaço e Globalização: na aurora do século XXI. 3a Ed. São Paulo: Hucitec: Annablume, 2002.

BRASIL. Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil, 2017. Disponível em: http://www.atlasbrasil.org.br/. Acesso em: 7 fev. 2022.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Desenvolvimento Territorial Rural. Brasília: MDA, 2008.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Marco Referencial para Apoio ao Desenvolvimento de Territórios Rurais. Série Documentos Institucionais 02-2005. Brasília: SDT/MDA, 2005a.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Plano Territorial de Desenvolvimento Rural Sustentável: guia para o planejamento. Brasília: MDA, nov. 2005b. Disponível em: http://sistemas.mda.gov.br/sdt/pdf. Acesso em: 03 maio. 2017.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Agrário. Território da Cidadania: Integração de Políticas Públicas para Reduzir Desigualdades. Brasília: MDA, 2009.

BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Lista: Territórios dos CONSADs. Brasília: SDT/MDA, 2010.

FERRERA DE LIMA, J.; ALVES, L. R.; PIFFER, M.; RIPPEL, R. Ruptura estrutural na economia regional paranaense. In: IX Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos Regionais e Urbanos (ENABER), 2011, Natal, RN, 2011.

FURTADO, C. Os desafios da nova geração. Texto apresentado na III Conferência Internacional da RedCelsoFurtado, realizada no Rio de Janeiro, de 4 a 6 de maio de 2004.

HIRSCHMAN, A. O. Estratégia do desenvolvimento econômico. Rio de Janeiro, RJ: Fundo de Cultura. 1961.

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Demográfico de 2010. Rio de Janeiro: IBGE, 2010

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, ano 2017. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/sociais/trabalho/19897-sintese-de-indicadorespnad2.html?=&t=microdados. Acesso em: 03 fev. 2022.

MOYANO ESTRADA, E. El concepto de capital social e su utilidade para el análisis de las dinámicas del desarrollo. Revista Economia Ensaios. v. 13, n. 2; vol. 14, n. 1, 1999.

MYRDAL, G. Teoria econômica e regiões subdesenvolvidas. Rio de Janeiro: Saga, 1965.

ORTEGA, A. C. Territórios deprimidos: desafios para as políticas de desenvolvimento rural. Campinas, SP: Editora Alínea; Uberlândia, MG: Edufu, 2008.

REZENDE, M. L.; FERNANDES, L. P. S.; SILVA, A. M. R. Utilização da análise fatorial para determinar o potencial de crescimento econômico em uma região do sudeste do Brasil. Revista Economia e Desenvolvimento. Santa Maria, RS: n. 19, p. 92-108, 2007.

SCHUMPETER, J. Teoria do desenvolvimento econômico: uma investigação sobre lucros, capital, crédito, juro e ciclo econômico. São Paulo: Abril Cultural, 1982.

SILVA, F. P. M. Território, governança e desenvolvimento territorial: um estudo comparado entre Brasil e União Europeia. 2017. 268 f. Tese (Doutorado em Economia) - Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2017.

SINGER, P. I. Dinâmica populacional e desenvolvimento. Edições CEBRAP, São Paulo, 1970.

SOUZA FILHO, J. R. Desenvolvimento regional endógeno, capital social e cooperação. 2002. Disponível em: < http://nutep.ea.ufrgs.br/pesquisas/Desenvolvreg.html>. Acesso em: 15 abr. 2017.

VÁZQUEZ BARQUERO, A. Desenvolvimento endógeno em tempos de globalização. Porto Alegre: Fundação de Economia e Estatística, 2001.

Downloads

Publicado

2023-06-06

Como Citar

SILVA, A. C. da; BEZERRA, F. D. da S. DIFERENÇAS REGIONAIS NO BRASIL E A NECESSIDADE DO “PENSAR TERRITORIALMENTE”. Anais do Simpósio Latino-Americano de Estudos de Desenvolvimento Regional, IJUÍ - RS - BRASIL, v. 3, n. 1, 2023. Disponível em: https://publicacoeseventos.unijui.edu.br/index.php/slaedr/article/view/22972. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

ST2 – Dinâmicas demográficas, governança e patrimônio territorial