AGRICULTURA URBANA COMO PROCESSO DE RETERRITORIALIZAÇÃO DA CIDADE DE BOGOTÁ (COLÔMBIA) AGENCIADO POR VÍTIMAS DO CONFLITO ARMADO E CAMPONESES
Palavras-chave:
Mobilidade rural-urbana, Cidades, Periferia urbana, Hortas urbanas, SustentabilidadeResumo
O conflito interno que vive a Colômbia desde metade do século XX tem enfrentado a diferentes atores armados como guerrilhas de extrema esquerda, grupos paramilitares, bandas criminais, entre outros, pela ocupação de terras e apropriação das rotas de narcotráfico. A violência gerada principalmente contra a população civil fez com que mais de 8 milhões de pessoas foram deslocadas de zonas rurais e se mobilizaram a cidades como Bogotá. Também, a desigualdade socioeconômica do campo intensificou o processo de migração rural-urbana de camponeses. Nesse cenário, o objetivo desse artigo foi identificar o papel da agricultura urbana (AU), no processo de reterritorialização de Bogotá, feito por vítimas do conflito armado e camponeses que viveram a mobilidade espacial rural-urbana. Para isso, realizou-se uma revisão bibliográfica de pesquisas desenvolvidas entre os anos 2009 e 2019, e que abordaram o trabalho de hortas urbanas feito por vítimas do conflito e/ou camponeses que migraram à capital da Colômbia. Analisaram-se os resultados de 14 pesquisas, e entre os achados destaca-se que as práticas da AU, através das hortas urbanas, propiciaram o encontro entre pessoas de diversas zonas da Colômbia e a articulação de vínculos sociais, assim como facilitaram o tecido de redes sociais, e o resgate de memórias, narrativas e saberes das comunidades