A CULTURA, AS CULTURAS CONSTRUTIVAS, OS MBYÁ GUARANI, A TEKÓ JEAPÓ E O TEKOÁ

Resumo

Existe mais inteligência nos arcos em ogiva, abóbada em cruzaria e arcobotante das igrejas góticas, nos  cinco  pontos  da  nova arquitetura de Le Corbusier, no concreto armado de Niemeyer, ou em uma arquitetura autóctone  Mbya  Guarani?  Deseja-se  a partir desta análise discorrer sobre o fenômeno da cultura, num primeiro momento evidenciando a  necessidade  de  se   deixar para trás os preceitos evolucionistas que ainda pairam no imaginário ocidental, com relação a  uma  hierarquia  evolutiva  entre as civilizações e também, a partir da noção de culturas construtivas, discorrer sobre a Perspectiva do  Habitar  de  Tim  Ingold  e então construir um dialogo a partir da produção dos abrigos dos Mbyá Guarani, suas relações com  o   ambiente,   o   modo   de organização do trabalho e também dos sistema de difusão  e  construção  dos  conhecimentos. Orientando para  a  reflexão  de como determinadas sociedades produziram tecnologias construtivas mais legitimadas por fatores ligados à tradição cultural do que à razão técnica hegemônica ocidental, o que nem nenhum aspecto lhes reduz o caráter da inteligência, mas sim,  reforça  a riqueza do poder de  adaptação  e   desenvolvimento  de   técnicas   capazes   de   solucionar   seus   problemas   e   sanar   suas necessidades de abrigo e convívio social.