O PAPEL DOS MAPAS DE EPIDEMIOLOGIA POPULAR NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE COLETIVA E NA LUTA PELA EFETIVAÇÃO DE JUSTIÇA AMBIENTAL POR POPULAÇÕES EM ZONAS DE SACRIFÍCIO AMBIENTAL: O CASO DO MAPA DE LA MUERTE

THE ROLE OF POPULAR EPIDEMIOLOGY MAPS IN FORMING COLLECTIVE IDENTITY AND IN THE FIGHT FOR THE PERFORMANCE OF ENVIRONMENTAL JUSTICE BY POPULATIONS IN ENVIRONMENTAL SACRIFICE ZONES: THE CASE OF THE MAP OF LA MUERTE

Resumo

O objetivo do artigo é analisar as potencialidades do conhecimento popular em construir identidades coletivas e produzir categorias com semânticas aptas a subsidiar lutas de movimentos por justiça ambiental.  Parte-se de um case que demonstra como a elaboração do “mapa de la muerte” por um grupo de mulheres de um Bairro periférico da cidade argentina de Córdoba foi crucial para que elas passassem a ser reconhecidas como um coletivo: “Las Madres de Barrio Ituzaingó Anexo” e a se articular, em torno da palavra de ordem “paren de fumigar”, na busca de medidas judiciais e administrativas que viessem a cessar a exposição dos moradores da localidade a resíduos de agrotóxicos utilizados em lavouras de cultivares adjacentes ao Bairro e a condenar criminalmente os responsáveis pela aplicação dos produtos agroquímicos. A pesquisa é qualitativa, guiada pelo método indutivo, e utiliza a revisão bibliográfica e o estudo de caso como procedimentos metodológicos. Conclui-se que os mapas epidemiológicos populares têm o potencial de envolver as comunidades de zonas de sacrifício ambiental em dinâmicas emancipadoras e podem, ao mesmo tempo, subsidiar tomadas de decisão por parte de agentes e órgãos públicos que visem corrigir injustiças ambientais, fato que contribui para a promoção da autonomia, emancipação e melhores condições sociais para os envolvidos.