PISTAS CARTOGRÁFICAS COMO POSSIBILIDADE DE OPERACIONALIZAÇÃO DAS PESQUISAS EM EDUCAÇÃO/ ENSINO DE CIÊNCIAS
Palabras clave:
Cartografia. Ensino de ciências. Operacionalização. Pesquisa.Resumen
A Cartografia nunca foi apresentada como uma metodologia pelos filósofos franceses Gilles Deleuze (1925-1995) e Félix Guattari (1930-1992). Entretanto, ela pode ser entendida como um diferencial léxico Deleuze-Guattariano. Ainda que a cartografia possa funcionar de maneira próxima de uma metodologia, pode ser entendida enquanto possibilidade de se observar. De acordo com Deleuze e Guattari (1997), Passos et al. (2009), Romagnolli (2009), Fonseca e Kirst (2003), Rolnik (2008), mesmo que a cartografia seja operacionalizada sem a sustentação dos objetivos a priori, o pesquisador cartógrafo levará consigo um roteiro de angústias, tendo em Deleuze e Guattari (1995), ele mapeia ao invés de analisar ou interpretar, e, por isso, não persegue uma fórmula completa.
A cartografia assume o fluxo do vir a ser, aposta na composição do documento, ou seja, pesquisar assume a postura de criação, sem que se perca o rigor no sentido de coerência interna. Encontramos forte presença do uso dessa prática e indícios da sua descrição, enquanto operação de observação, de estudo, de devir, evidenciando diferentes modos de usar, de desterritorializar, de escrever, ler e pensar a cartografia voltada para a pesquisa em diferentes publicações escritas, em conjunto ou individualmente pelos dois filósofos. Neste artigo, o verbo "usar" adquire o sentido de dispor dos conceitos, dos dispositivos, do fluxo das forças que ensejam tornar o enunciado visível, acompanhando as linhas desse movimento.