EXPERIMENTAÇÃO NO ENSINO: DO LUGAR DE QUEM APRENDE PARA O LUGAR DE QUEM ENSINA

Autores

  • Elisandra Gomes SQUIZANI IFFarroupilha Campus Alegrete
  • Thatiane de Britto STAHLER IFFarroupilha Campus Alegrete
  • Daniela Alves ORIQUES IFFarroupilha Campus Panambi

Palavras-chave:

Experimentação. Formação docente inicial. Prática de ensino.

Resumo

Tendo em vista a integração de novos espaços educacionais como locus da formação dos licenciandos, a Prática enquanto Componente Curricular (PeCC) no Curso Superior de Licenciatura em Química do Instituto Federal Farroupilha – Campus Alegrete, tem proporcionado experiências a partir da realização de distintas atividades no contexto educativo, propiciando a articulação de conhecimentos construídos ao longo do curso em situações de prática docente. Ela está presente do início ao final do curso, sendo assim, é desenvolvida a cada semestre, com vistas a ampliar o contato do licenciando com a realidade educacional. Envolve distintas disciplinas do curso, a partir de um projeto interdisciplinar, ou seja, busca articular conhecimentos básicos, específicos e pedagógicos. Frente a essas perspectivas, este trabalho visa relatar as principais percepções observadas pelo coletivo formador, no decorrer desse componente curricular em uma turma do quinto semestre. De acordo com o Projeto Pedagógico do Curso, a PeCC V tem como um dos focos, a importância do desenvolvimento de atividades experimentais no ensino de ciências, sendo assim, a proposta desenvolvida nesse componente iniciou com leitura e estudo de três artigos da revista Química Nova na Escola sobre o ensino a partir da experimentação, posteriormente, propôs-se aos licenciandos a construção e aplicação da proposta de ensino com o uso da experimentação. Em um último momento, os estudantes socializaram suas experiências e produziram um artigo relatando suas experiências. Para análise de todo esse processo desenvolvido pelos licenciandos, usou-se a metodologia qualitativa, registrando-se em caderno de bordo as percepções identificadas. Observou-se que esta PeCC possibilitou aos licenciandos não só o reconhecimento e contato com o laboratório de ciências das escolas e seus alunos, permitindo a compressão da realidade escolar, mas também aproximou os licenciandos do “ensinar ciências/química”, a partir da experimentação. Essa aproximação com o ensinar ciências/química a partir da experimentação, constitui-se algo essencial na formação inicial, visto que o licenciando começa a ocupar o lugar do professor, ou seja, o lugar de quem ensina, que se torna diferente de sua própria posição de acadêmico, o lugar de quem aprende. Durante o curso de licenciatura, os estudantes aprendem muitos conceitos científicos com a realização de práticas experimentais, ou seja, possuem o contato com os laboratórios de ciências/química, o que possibilita situações de aprendizagens significativas, mas sempre na posição de aprendiz, de quem aprende, o que constitui uma experiência totalmente distinta, diferente da posição de professor, aquele que ensina por meio de experimentos. Assim, constatou-se que essa mudança de lugar, de quem aprende para o lugar de quem ensina, se tornou um diferencial no processo de formação inicial. Os acadêmicos não só aprenderam para si conceitos que até então não estavam elucidados, mas também, começaram a entender e buscar mediar esses conceitos de forma mais significativa aos seus alunos. Conclui-se por meio dessas observações que a PeCC é um lócus de formação singular, que possibilita além da articulação dos conhecimentos específicos e pedagógicos, a articulação dos conhecimentos teóricos e práticos, essenciais a formação como um todo.    

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Publicado

2019-07-23