A ÁREA DE CIÊNCIAS DA NATUREZA COMO ESPAÇO INTEGRADOR DO CURRÍCULO E DA FORMAÇÃO ESCOLAR

Autores

  • Lenir Basso Zanon PPGEC Unijui
  • Jacqueline Ramírez Doutoranda PPGEC Unijui

Palavras-chave:

Área de Ciências da Natureza; Interdisciplinaridade; Trabalho e Educação.

Resumo

Neste trabalho, discutimos a potencialidade da Área de Ciências da Natureza (CN) para promover o pleno desenvolvimento humano/social, como princípio ontológico e histórico pela relação trabalho/educação no curso do desenvolvimento humano/social. O ato de agir sobre a natureza transformando-a em função das necessidades humanas é o que conhecemos com o nome de trabalho. Podemos, pois, dizer que a essência do homem é o trabalho. A essência humana não é, então, dada ao homem; não é uma dádiva divina ou natural; não é algo que precede a existência do homem. Ao contrário, a essência humana é produzida pelos próprios homens, então, assim, ele não nasce sabendo produzir-se como homem. Ele necessita aprender a ser homem, precisa aprender a produzir sua própria existência. Portanto, a produção do homem é, ao mesmo tempo, a formação do homem, isto é, um processo educativo, nesse sentido, aprender a ler, escrever e contar, e dominar os rudimentos das ciências naturais e das ciências sociais constituem pré-requisitos para compreender o mundo em que se vive, inclusive para entender a própria incorporação pelo trabalho dos conhecimentos científicos no âmbito da vida e da sociedade”. (SAVIANI, 2007, p.154;160). A carência de identidade do Ensino Médio compromete o desenvolvimento integral para a vida em sociedade, negligenciando o caráter dialético da realidade. “A necessidade de interdisciplinaridade na produção do conhecimento funda-se no caráter dialético da realidade que é, ao mesmo tempo, una e diversa e na natureza da sua apreensão. O caráter uno e diverso da realidade nos impõe distinguir os limites reais dos sujeitos que investigam os limites do objeto de investigação. Delimitar um objeto para a investigação não é fragmentá-lo, ou limitá-lo arbitrariamente. Ou seja, se o processo de conhecimento nos impõe a delimitação de determinado problema, isso não significa que tenhamos que abandonar as múltiplas determinações que o constituem.”. (FRIGOTTO et al, 1995, p. 27). Tendo em conta que todo processo educacional passa por transformações que permitem sua consolidação, desde as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio (BRASIL, 1998), o currículo escolar está organizado em Grandes Áreas do Conhecimento. Contudo, pouco mudou na prática docente: prevalece o ensino linear e fragmentado, cada disciplina bastando-se a si própria, fechada em seus conteúdos isolados e descontextualizados, em prejuízo à produção de sentidos e significados pelos estudantes, contrariamente à visão da Área como mediadora entre objetos complexos (totalidade) e objetos disciplinares/especializados. Características comuns às ciências que compõem a área permitem organizar e estruturar, de forma articulada, os temas sociais, os conceitos e os conteúdos associados à formação humano-social, na abordagem de situações reais facilitadoras de novas ações. Com essa organização, espera-se que ocorra a apropriação de necessários conhecimentos disciplinares, intercomplementares e transdisciplinares, ou seja, é com os demais componentes disciplinares da área que a Química pode participar no desenvolvimento das novas capacidades humanas. (BRASIL, 2006, p. 103). Isso qualifica o ensino/educação na Área no estudo de problemas socioambientais complexos de maneira integrada, pela compreensão alargada e em profundidade, cada disciplina coparticipando como imprescindível ao conhecimento do todo/parte/todo.

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Publicado

2019-07-24