A ORGANIZAÇÃO DIDÁTICA DA PRÁTICA PROFISSIONAL INTEGRADA NO IFFar - CAMPUS SANTA ROSA

Autores

  • Analice Marchezan
  • Raquel Fernanda Ghellar Canova
  • Maristela Beck Marques
  • Josimar de Aparecido Vieira

Palavras-chave:

Ensino médio integrado à educação profissional. Prática profissional integrada. Metodologia de ensino.

Resumo

Na história da educação brasileira, é possível perceber em vários momentos, que a principal finalidade da educação profissional foi formar mão de obra para o mercado do trabalho, preparando especialmente grupos para exercerem atividades ligadas ao trabalho manual. Nos últimos anos, a proposta do Ensino Médio Integrado à Educação Profissional (EMIEP) vem contrariando esta tendência, compreendendo o trabalho como princípio educativo e defendendo a integração entre o ensino médio e a educação profissional, como aporte para o rompimento da dualidade histórica da educação profissional brasileira, que vem perpetuando a separação entre o trabalho manual e intelectual. O percurso formativo precisa ser desenvolvido como um processo, na perspectiva que a ação didática se torne parte de um conjunto organizado e articulado. Partindo desse princípio, a prática profissional, vista como atividade intrínseca ao currículo de cursos de educação profissional que preconizam a integração teórico-prática, está regulamentada atualmente no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha (IFFar) como Prática Profissional Integrada (PPI). Sua previsão consta nos Projetos Pedagógicos de Cursos de nível médio nas formas integrada e subsequente, e nos cursos superiores de bacharelado e de tecnologia. Diante dessas considerações, este trabalho, produzido numa abordagem qualitativa, relata o desenvolvimento das PPIs no IFFar - Campus Santa Rosa, assim como alguns resultados alcançados. As PPIs no IFFar, segundo a Resolução CONSUP 102/2013, têm como objetivo articular os conhecimentos construídos nas diferentes unidades curriculares. Nesta metodologia, os professores planejam juntos a integração entre os diferentes conhecimentos, possibilitando ao estudante ampliar seus saberes e seus fazeres na formação e futura atuação profissional. Essas práticas não se resumem a ações isoladas ao longo do curso, sendo planejadas no coletivo no início do semestre/ano letivo. O projeto da PPI é elaborado a partir do perfil de egresso de cada curso, respeitando o número mínimo de componentes curriculares envolvidos; ou seja, nos cursos técnicos integrados são envolvidos no mínimo quatro componentes curriculares contemplando, necessariamente, a área básica e a área técnica; já nos cursos técnicos subsequentes, no mínimo dois componentes curriculares e, nos cursos superiores, no mínimo, três. Para o planejamento da PPI, são realizadas reuniões para cada uma das turmas, com a presença de todos os professores que atuam no curso, Coordenação do Curso, Coordenação Geral de Ensino, Direção de Ensino e o Setor de Assessoria Pedagógica, onde é elaborado o Projeto da PPI, anexando-o, posteriormente, aos planos de ensino dos componentes curriculares envolvidos. Após esses procedimentos, o referido projeto é apresentado aos estudantes. No desenvolvimento da PPI, são realizadas novas reuniões entre os professores como forma de verificar o andamento do projeto e alinhar a orientação junto aos estudantes. A avaliação também deve ser integrada, uma vez que o resultado da PPI deve ser avaliado por todas as disciplinas envolvidas. Esses resultados são diversos e relevantes para a comunidade local e regional. São apresentados de diferentes maneiras (artigos, resumos, projetos, mobiliários, maquetes, protótipos, etc.), contribuindo para a melhoria do processo de formação profissional de estudantes e professores.

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Publicado

2019-07-26