SUSTENTABILIDADE: AS PRIMEIRAS PERCEPÇÕES A PARTIR DE UM PROJETO PEDAGÓGICO

Autores

  • Rosiclei de Siqueira Camargo IFFar
  • Neiva Maria Frizon Auler IFFar
  • Vantoir Roberto Brancher IFFar

Palavras-chave:

Sustentabilidade, Projeto Pedagógico, Educação Ambiental.

Resumo

Este trabalho apresenta uma reflexão acerca das concepções sobre sustentabilidade presentes em um projeto de curso de Ensino Médio Integrado, o Curso Técnico de Sistemas de Energia Renovável (SER), ofertado em um campus do Instituto Federal Farroupilha que, constitui-se parte da pesquisa de mestrado em Educação Profissional e Tecnológica (PROFEPT). A problematização em torno da temática pode oferecer meios para ampliar as ações e compromisso com a Educação Profissional e Tecnológica, ofertada no âmbito dos Institutos Federais, considerando, assim, seu compromisso com o desenvolvimento local e a inclusão social e formação para a cidadania. O Projeto Pedagógico do Curso (PPC) desse curso não apenas aborda a sustentabilidade como justificativa para sua criação, mas também define essa temática como proposta a ser trabalhada em diferentes disciplinas. Buscando atender tal objetivo, a metodologia utilizada foi uma pesquisa documental tendo como documento o Projeto Pedagógico de Curso do SER, considerando as ementas, o perfil do egresso e as referências bibliográficas indicadas no documento. Para análise dos dados utilizou-se a Análise Textual Discursiva (ATD) delimitando como corpus da análise as informações contidas no Projeto do Curso, conforme já mencionadas. Os discursos presentes foram confrontados com as principais referências teóricas definidas pela pesquisa. De acordo com a  análise preliminar,  as concepções mais enunciadas (presentes no documento) referentes ao tema sustentabilidade estão relacionadas com: a viabilidade de manter as condições atuais de desenvolvimento sem propor mudanças nos paradigmas de consumo; maneira de conceber a natureza, que consiste,  na manutenção das condições atuais sempre visando o bem estar do homem (antropocentrismo); meio ambiente como fonte dos recursos (visão utilitarista) e, com destaque o discurso da escassez. Conforme constatamos, a preocupação com a escassez dos recursos acontece em função de não poder manter as condições atuais de consumo e desenvolvimento, caso outras fontes não forem exploradas.  Nesse sentido há uma demasiada preocupação com a falta de energia como propulsora do desenvolvimento (numa visão de crescimento econômico e para manter os níveis de consumo), não da vida, expressados na frase “pela existência de difi­culdades crescentes em manter os níveis de consumo atuais”. Este discurso tenta justificar a necessidade do curso e a utilização de energias renováveis para atender as demandas do mercado. A problematização desses discursos contribuirá para uma formação integral, reflexiva e, porque não dizer, contestadora, que permita a formação de cidadãos críticos, para que, através de suas práticas, possam tornar-se agentes transformadores da sociedade e do ambiente onde estão inseridos.

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Publicado

2019-07-23