A FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE BIOLOGIA PERMEADA PELO LER ESCREVER

Autores

  • Clarines Hames, 996691265
  • Maria Aparecida Lucca Paranhos

Palavras-chave:

Construção de Conhecimento. Professor-pesquisador. Prática docente.

Resumo

Reconhecemos o professor como um sujeito epistêmico, que (re)constrói conhecimento. Nesse trabalho, busca-se compreender significados que acadêmicos do IV Semestre do Curso de Licenciatura em Ciências Biológicas do Instituto Federal Farroupilha, campus Santo Augusto, atribuem à escrita produzida a partir das interações que aconteceram ao longo da disciplina e, também, a partir de uma vivência no ambiente escolar. Pretende, ainda, verificar se estabelecem relação com sua futura prática docente enquanto professor-pesquisador. Os acadêmicos interagiram com escolas, observaram os ambientes diversos, mas focalizaram os olhares nos laboratórios de Ciências. Dialogaram com professores sobre aulas experimentais e organizaram suas percepções na forma de um artigo acadêmico. Ao final do processo, foi solicitado que escrevessem sobre o significado desta escrita na sua formação docente. Os dados obtidos foram analisados a partir da Análise Textual Discursiva, estruturada em três momentos distintos: unitarização, categorização e comunicação. A partir das análises, trabalhou-se com as seguintes categorias: Leitura como fator propulsor de escritas: exerce o poder de formação, de ampliação e aprofundamento de compreensões. A leitura como trabalho dialógico e polifônico. Escrita como processo: uma escrita qualificada é o resultado de “uma prática constante, persistente, refletida, num processo de crescente aprimoramento”. É complexo e demanda, além de leituras, uma organização do pensamento que se dá durante a escrita. Escrita como inauguração do próprio pensar: a escrita introduz um novo modo de pensar e do fazer docente, possíveis de problematizações do contexto formativo. Ao se aproprierem da escrita, autorizam-se a protagonizar a criação/elaboração de propostas pedagógicas, a partir das leituras feitas. A leitura e a escrita são atividades complementares, uma vez que se retroalimentam e possibilitam a constituição do professor-pesquisador. A leitura potencializa o alargamento de horizontes conceituais e simbólicos, além de instrumentalizar o professor para problematizar sua prática e perceber aspectos ao seu entorno que carecem de investigação, autorizando-se a interferir no currículo estabelecendo relações e conexões com o entorno social dos sujeitos envolvidos. A escrita, por sua vez, exerce a função de organizadora e sistematizadora desse pensar. Esses processos possibilitam que os docentes sejam capazes de protagonizar práticas pedagógicas que transponham a mera reprodução de conteúdos e avancem nas problematizações e na busca de explicações para elas, na perspectiva da construção de conhecimentos. As três categorias que emergiram das análises indicam que os alunos reconhecem a relação da leitura e da escrita com a sua constituição como um professor-pesquisador. Nas escritas analisadas, foi possível reconhecer atitudes reflexivas e investigativas sobre as vivências dos licenciandos nas suas práticas nas escolas que serviram como espaços de investigação.

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Publicado

2019-07-25