Currículos, Ensino e Ecologia no Brasil
Palavras-chave:
Ensino de Ecologia. Currículo. Teorias curriculares. Ensino de Ciências.Resumo
Em 1866 o biólogo Ernest Haeckel formalizou um termo, que ampliou completamente nosso entendimento sobre a relação dos organismos com o ambiente em que se inserem, esta ciência interdisciplinar foi denominada de Ecologia. O ensino desta Ciência ainda é pouco estudado em nosso país e este letramento ecológico, juntamente com a exploração deste no currículo escolar, se fazem necessários para que se possa compreender o verdadeiro papel do ser humano nas suas relações com o meio ambiente. A complexidade de investigações como esta que pautamos neste trabalho possui como finalidade a compreensão das dimensões curriculares acerca do ensino de Ecologia, pois ligar as necessidades da vida na terra ao processo de ensino e formação de professores é tarefa indispensável. À medida que a humanidade foi evoluindo, tanto social, como também tecnologicamente, a Ecologia adquiriu um perfil com maior ênfase nas atividades que pudessem minimizar ou auxiliar de modo preventivo as consequências causadas pela ação humana, aliando equitativamente os meios econômicos, sociais e culturais. No final do século XIX, a Ecologia passou a ser tratada como uma disciplina independente de forma mais abrangente, e em sua maioria, o aspecto curricular desta Ciência se baseava primeiramente em estudar as questões ecológicas em si, e então aprimoraram-se sob uma perspectiva embasada em movimentos socioambientais. O CEB(Congresso de Ecologia do Brasil), organizado pela SEB(Sociedade de Ecologia do Brasil) é um espaço em que os trabalhos da área são apresentados e discutidos, assim buscamos neste trabalho elencar as perspectivas/concepções curriculares que se apresentam nos trabalhos que se adequam ao ensino de Ecologia desde o nível da educação básica até a educação superior publicados no CEB de 2003 a 2015. Para seleção dos trabalhos analisados, utilizamos uma leitura criteriosa de todos os trabalhos, priorizando palavras chaves, títulos e aproximação com o tema em resumos, e após realizamos uma análise mais aprofundada sobre as concepções curriculares. Com base nas teorias tradicionais, críticas e pós críticas de currículo passamos a categorização dos trabalhos. Nesta pesquisa foram encontrados 31 trabalhos que contemplavam a área de ensino de Ecologia, destes 19:31 apresentaram em seu enredo concepções de currículo do tipo tradicional, 10:31 do tipo crítico e apenas 2:31 que enunciavam ideias associadas as teorias pós críticas de currículo. Se faz necessária uma ampliação de pesquisas como essa, que busquem avaliar o papel do currículo e das pesquisas de ensino e sua inserção em questões curriculares de ensino de Ciências/Biologia e de formação de Professores desta área. A forma como é tratado o ensino de Ecologia é de extrema importância, pois envolvem-se as diversas questões ambientais e destacamos que estudos como este auxiliam na melhoria de currículos e práticas de formação o que ressalta a necessidade de elaboração de novas perspectivas de Ensino de Ecologia/Ciências/Biologia que não se restrinjam somente a concepções tradicionais.