EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E EDUCAÇÃO AMBIENTAL: A CONSTRUÇÃO DE PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO NO ENSINO DE BIOLOGIA
Palavras-chave:
Educação de Jovens e Adultos, Educação Ambiental, Ensino de BiologiaResumo
O presente trabalho relata a construção das propostas pedagógicas de intervenção d@s acadêmic@s do curso de licenciatura em ciências biológicas, sétimo semestre, do campus de Santa Rosa do Instituto Federal Farroupilha. Estas intervenções serão realizadas ainda neste semestre em turmas de ensino fundamental e médio, na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), nas escolas de abrangência da 17ª Coordenadoria Regional de Educação do RS, tais intervenções consistem em observações e prática em sala de aula. Esta atividade desenvolve-se no Componente Curricular Prática de Ensino de Biologia VII (PEC VII), sendo construída de maneira integrada nas disciplinas de Geologia, Educação de Jovens e Adultos, Ecologia e Estágio Supervisionado III e que tem por temática a educação ambiental.
A EJA é uma modalidade de ensino ofertada às pessoas que não tiveram acesso à educação escolar na idade própria conforme garante a Constituição Federal de 88 no artigo 208 e na Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional, Lei 9394/96 em seus artigos 37 e 38.
Quanto a Educação Ambiental, entende-se ela como ferramenta para a formação de sujeitos capazes de criar alternativas para a resolução da atual crise ambiental, que nossa sociedade está vivenciando. Esta crise deve ser pensada não só através de seus fatores ecológicos/físicos/biológicos (também abordados na através de aula expositiva e dialogada sobre problemas ambientais e mudanças climáticas), mas principalmente sociais, como decorrência da apropriação desigual dos recursos naturais e explicitada principalmente nas situações de injustiça ambiental sofrida pelos grupos mais vulneráveis socioambientalmente. Esta perspectiva tem sido abordada no componente curricular PEC VII, através de aulas dialogadas, focadas na leitura e discussão em conjunto de textos sobre a temática. A intenção desta abordagem é a construção de propostas vinculadas a uma educação ambiental crítica, transformadora, emancipatória e com compromisso social.
Para que esta perspectiva seja alcançada, também abordou-se em aulas dialogadas as diferentes formas de conhecimento. O intuito desta abordagem é a valorização do conhecimento tradicional e do saber ambiental não acadêmico. Para orientar a construção das propostas, apresentou-se como metodologia orientadora para as intervenções, leituras e diálogos sobre trechos da Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire. Nesta obra, fala-se da necessidade da construção do conteúdo programático baseado em temas geradores, a partir da realidade dos sujeitos, com vistas a provocarem os sujeitos da intervenção a identificarem as suas situações-limite e vislumbrar os inéditos viáveis da sua relação como o meio ambiente.
A turma está construindo as propostas organizada em cinco grupos. Cada um deles tem que conhecer as diferentes organizações curriculares que a EJA pode adotar, bem como os perfis destes alunos, considerando que até então o contato enquanto docentes em formação ocorreu apenas em turmas da oferta regular da Educação Básica. Até o presente momento quatro dos grupos já realizaram a observação e definiram seus temas os quais são: a dengue, a alimentação (soberania alimentar), a cadeia produtiva dos alimentos (agroecologia e produção convencional) e as mudanças climáticas.
Espera-se que essa metodologia ativa e vivencial leve os estudantes a enriquecerem suas aptidões para a atuação em Educação Ambiental.