RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA: EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS NO SISTEMA PRISIONAL
Palavras-chave:
Educação de Jovens e Adultos (EJA), Ciências, Modelos Anatômicos.Resumo
O Núcleo de Educação de Jovens e Adultos (NEEJA) apresenta uma normativa instituída pela Lei nº 7.210, de 1984, prevê a assistência educacional ao preso e internado, sendo obrigatório o ensino fundamental a esta clientela, proporcionando uma oportunidade de contemplar o diploma. Enquanto componente curricular, da instituição de ensino, Instituto Federal Farroupilha campus Santa Rosa, esta prática, foi desenvolvida na unidade prisional da cidade com turmas do Bloco A, denominadas de turma I e II, constituída pelo Ensino Médio e Ensino Fundamental. Após conversação com a professora regente de ciências da unidade, surgiu o interesse e a disponibilidade de exibir os modelos anatômicos de poríferos (esponjas do mar) e cnidários (anêmonas do mar e água viva) esses, criados pelo Subprojeto de Iniciação à Docência - PIBID pela mesma instituição de ensino. Foi necessário realizar ajustes, como forma de não infringir as normativas exigidas do Presídio. Fez-se necessário o desuso de arames e alfinetes, optando pelo uso de e.v.a e cola quente, e a permissão na utilização de balões. Na chegada, ocorreu procedimentos de segurança, onde os materiais foram vistoriados e dada a permissão para adentrar na sala de aula. Juntamente com a professora regente da turma, aguardamos a chegada Turma I, sendo essa, composta por dezenove alunos, com idades variadas, sentados dispersos na sala de aula. Iniciamos a prática reorganizando a sala em círculo, possibilitando diálogo, manuseio e visibilidade dos modelos. Recordamos o vídeo que trouxe características que definem os filos, este já trabalhado pela professora. Os modelos anatômicos, proporcionaram uma interação da turma com a temática, potencializando a prática. Convidamos todos para dinâmica do balão, onde cada aluno encheu o seu e jogou-o para cima, após, cada um pegou um balão contendo ou não uma pergunta sobre o assunto, sob a orientação, o estouraram. Os que possuíam a pergunta deveriam ler em voz alta, e juntamente com a turma discutir a resposta. A turma seguinte, Turma II composta por vinte e cinco alunos, com idades variadas, sentaram-se em círculo. Manteve-se o mesmo padrão de atividade, com exposição dos modelos anatômicos, retomada dos conceitos e características que compõem os filos. Reproduziram a dinâmica do balão com as mesmas perguntas. Percebeu-se que a Turma II, permitiu discussões mais contextualizadas que a Turma I, porém, os argumentos e criticidade dos mesmos permeio um decorrer de aula promissor com contextualização de acordo com a argumentação das turmas. Concluímos que, foi de suma importância a atividade aqui descrita para o processo de ensino-aprendizagem tanto para os alunos desta modalidade, quanto para as acadêmicas. De acordo com Freire (1995, p. 127) quem tem, “[...] o amor na educação é aquele que luta por aquilo que acredita”. É necessário que entendamos que a modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) tem suas particularidades e diferenças, nas quais devem ser atendidas e respeitadas, com dedicação e o amor.