RESIDÊNCIA PEDAGÓGICA: um novo desafio na formação inicial de professores

Autores

  • Gustavo Pedroso de Moraes IFFar - Campus Panambi
  • Sandra Elisabet Bazana Nonenmacher IFFar - Campus Panambi

Palavras-chave:

CAPES. Formação de Professores. Novos Caminhos.

Resumo

A pesquisa em desenvolvimento apresenta cunho qualitativo e objetiva analisar os documentos e bases legais de formação inicial de professores das últimas décadas, buscando identificar traços que apontam as bases epistemológicas da Residência Pedagógica e sua repercussão na formação de professores. A partir dos dados encontrados, sabe-se que os currículos dos cursos de licenciatura apresentam lacunas e que o país ainda tem muito a melhorar no que se refere à formação inicial de professores. Com o Decreto presidencial nº. 6.755/2009, instituiu-se a Política Nacional para a Formação de Profissionais do Magistério da Educação Básica. O decreto traz a incumbência de ações formativas que articulam formação superior e básica, propondo atividades que incluam os licenciandos no processo escolar. Em 2018, o programa de Residência Pedagógica (RP) coordenado pela CAPES passou a integrar a Política Nacional de Formação de Professores. Na RP o licenciando, a partir da segunda metade da graduação, é incluso na escola de educação básica, acompanhado por um professor da escola e um professor orientador da Instituição Formadora, desempenhando atividades, entre outras, de regência em sala de aula e intervenção pedagógica. Sendo assim, a RP serve para que o licenciando possa reconhecer o trabalho do professor formador e em exercício como uma prática social, analisando, compreendendo e desvendando-o na sua totalidade. Com essa prática, ele passa a conhecer a base epistemológica que estrutura o trabalho escolar e que, portanto, precisa ser analisada, compreendida e desvelada em sua constituição. A RP passa, a ter caráter de estágio, dispensando o acadêmico das disciplinas de estágio, uma vez que eles terão a prática docente vivenciada na comunidade escolar. o que, certamente, produzirá alterações nas matrizes curriculares dos cursos de licenciatura ofertados atualmente. Porém, como é sabido, por ser um programa governamental, há limite de bolsas a serem ofertadas, derivando no primeiro obstáculo, uma vez que a maioria dos licenciandos são trabalhadores, cursam a licenciatura no turno inverso ao de trabalho e o valor das bolsas não permite que abandonem seus postos de trabalho. Além desse obstáculo, há a indisponibilidade de tempo da maioria dos professores da escola de educação básica para acompanhamento e planejamento coletivo, pois estes apresentam altas cargas horárias em sala de aula. Portanto, considerando os aspectos destacados, julgamos que a RP deve ser tema de debate nas comunidades acadêmica e escolar, para que se torne um espaço de desenvolvimento profissional de professores em formação inicial, continuada e de formadores.

Publicado

2019-07-25