DESAFIOS DA FORMAÇÃO INICIAL DOCENTE
Palavras-chave:
Formação Inicial. Reflexões. Ensino.Resumo
A prática de estágio curricular supervisionado na formação de professores tem como finalidade proporcionar ao aluno de licenciatura uma vivência com a realidade escolar, assumindo a postura de futuro professor. É a partir do estágio que os licenciandos tem a oportunidade de vivenciar o exercício da docência como experiência pedagógica que articula relações conceituais e práticas do contexto escolar com as aprendidas durante o processo formativo na reconstrução de formas apropriadas para atuação docente. Com o intuito de problematizar acerca das vivências dos contextos formativos de ensino de Ciências/Biologia, a experiência aqui relatada trata de propor reflexões acerca das vivências que acompanham os licenciandos (do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal da Fronteira Sul/UFFS – Campus Realeza), matriculados em uma turma da 9 ª fase no componente de Estágio Curricular Supervisionado em Biologia II, que objetiva “Vivenciar o exercício da docência como experiência pedagógica que articula relações conceituais e práticas do contexto escolar e as aprendidas durante o processo formativo na reconstrução de formas apropriadas para atuação docente”. Para isso, durante algumas aulas proporcionou-se a discussão dos seguintes itens: a) identidade e profissionalização docente; b) ressignificação da prática pedagógica e dos conteúdos científicos e escolares; d) reflexões sobre as situações comuns à prática pedagógica. Referente ao período de observação os licenciandos citaram a diversidade presente em sala de aula no que se refere a aprendizagem de alunos com Transtorno do Déficit de Atenção, Hiperatividade, ou outros distúrbios, o julgamento dos professores sobre alunos que são considerados como “problemáticos”, o descaso de alguns professores com o planejamento/andamento das aulas, bem como, o próprio desinteresse de alunos. A partir da vivência, os licenciandos analisaram que quando o professor adotava estratégias orientadas pela interação, os alunos participavam mais das aulas do que nos momentos em que não havia orientação do professor para as atividades. Esses depoimentos despertaram nos licenciandos algumas inquietações e até mesmo ‘revolta’ no sentido de que os professores inseridos na escola nem sempre cumprem com a tarefa de ensinar. As situações vivenciadas por eles remetem para a necessidade da perspectiva de ensino almejada: dedicação exclusiva dos docentes, planejamento, relações entre conhecimentos científicos e cotidianos, diversidade de estratégias didáticas, dentre outros elementos que podem constituir uma necessária mudança no ensino. Em relação à regência, os mesmos fizeram referência às diferenças comportamentais e de interação com os estudantes construídas na observação, e, um planejamento voltado as vivências/curiosidades que podem ter influenciado na participação dos alunos. As experiências em sala de aula permitiram identificar os limites e as potencialidades do contexto escolar atual, bem como identificar e vivenciar as articulações e aproximações do trabalho realizado no curso de licenciatura com a sala de aula da educação básica. Situações como as sinalizadas por eles são indicativos de outros saberes e necessidades formativas que os futuros professores de Ciências e Biologia podem se deparar no exercício da profissão docente. Ao reconhecer a necessidade da reflexão crítica, propicia-se a construção de novas percepções sobre a docência, tanto para os licenciandos, quanto para as professoras do componente.