NOSSA COR, NOSSA IDENTIDADE
Resumen
Em nossa sociedade acompanhamos diariamente ações e reflexões ligadas à igualdade e respeito às diferenças, no entanto, é no ambiente escolar que temos a possibilidade de discutir sobre esses direitos e propor algumas ações que possam envolver as crianças em experiências que mobilizem outras possibilidades de entender a realidade sociocultural na qual se inserem. A escola tem como característica o desenvolvimento de projetos que tratam, principalmente, da pluralidade social. São as discussões, os enfrentamentos que propõem aos indivíduos um olhar mais humano e justo para si e para o outro.
Com o objetivo de possibilitar um conhecimento significativo aos meus alunos do primeiro ano, da Escola Estadual de Ensino Fundamental Boa Vista, do município de Ijuí, desenvolvi o projeto “Nossa Cor, Nossa Identidade”, que visa a construção da identidade, por meio das significações socialmente construídas, entendendo a diversidade das formas culturais existentes no lugar onde vive e na sociedade, tendo em vista que essa identidade vai se constituindo ao longo da vida, mediante as experiências compartilhadas entre os sujeitos. Refiro-me à construção pessoal de cada indivíduo, nesse contexto sem qualquer distinção ou preconceitos.
O desenvolvimento do tema da diversidade, no projeto, não teve somente o objetivo de apresentar aos alunos a riqueza da diversidade étnico-cultural brasileira, mas também, para que as crianças se apropriassem de valores como o respeito a si próprias e ao outro, elevando a autoestima de cada um em suas diferenças étnico-raciais. Como argumenta Paulo Freire (2013), ensinar exige reconhecimento e assunção da identidade cultural.
No entanto, o projeto corresponde à necessidade educativa de formar valores e posturas para que os educandos valorizem seu pertencimento étnico-racial, fortalecendo a dignidade e a promoção da igualdade real de direitos negando o preconceito, promovendo assim a cultura anti-racista. As atividades pedagógicas do referido projeto permitiram-me trabalhar em uma perspectiva interdisciplinar, fazendo do educando sujeito de sua própria aprendizagem.