EDUCAÇÃO POPULAR COMO ESTRATÉGIA PARA O ACONSELHAMENTO EM ALEITAMENTO MATERNO: UMA RELEITURA DOS CONSTRUTOS DE PAULO FREIRE
Resumo
As práticas educativas nos serviços de saúde, ainda hoje, na sua maioria obedecem a metodologias tradicionais, onde o profissional de saúde é o detentor do conhecimento e repassa aos usuários, de uma forma verticalizada, não privilegiando a criação de vínculo com a população que recebe as informações prontas, sem espaço para discussões.
Na contramão dessa visão tradicional de educar, surge a educação popular em saúde, que teve como ponto disparador lutas populares e o incômodo de alguns profissionais de saúde que discordavam do cuidado baseado no modelo biomédico, individualista, centrado nas patologias, onde os profissionais eram o centro do saber e praticavam a simples transmissão de informações. Buscando mudanças, a educação popular em saúde propõe novas práticas de cuidar e educar, baseada no pensamento freiriano, centrada no diálogo, na troca, na escuta entre profissionais e população, problematizando e estimulando a reflexão e a formação do senso crítico (FLORES, 2019).
Para que a educação popular em saúde possa se consolidar como uma prática educativa, deve ser implementada na rotina do trabalho em saúde. Nesse sentido, a formação e atuação profissional deve valorizar ações coletivas promotoras de saúde e desencadear um processo de reflexão crítica nos sujeitos envolvidos nas relações de ensino-aprendizagem.